Reivindicações do sofrimento

Enquanto cada um é instado a ser um bem-sucedido “empreendedor de si”, a experiência do sofrimento parece ter deixado de ser parte da condição “natural” do ser humano ou uma oportunidade para o autoquestionamento e a aprendizagem, tornando-se um obstáculo inexplicável diante de metas como a alta performance, a autoestima e a autorrealização, podendo inclusive ser lida como falha, insuficiência ou perda de tempo sem sentido. Contudo, algo parece se contrapor a essa tendência: uma proliferação de narrativas de gente que sofre ou já sofreu injustamente; e, também, a legitimidade de aludir à “saúde mental” para justificar o incumprimento de compromissos assumidos. Haveria aí uma contradição ou há uma complementaridade? O que está em jogo nesses novos modos de sofrer, de lhes atribuir sentido e reivindicá-los?

Maria Cristina Franco Ferraz

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Paulo Vaz

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Benilton Bezerra Jr

Universidade do Estado do Rio de Jabeiro

Simone Pereira de sÁ

Universidade Federal Fluminense

Joel Birman

Universidade Federal do Rio de Janeiro