A noção de “mal-estar contemporâneo”, que constitui o cerne do projeto “O mal-estar no século XXI: uma cartografia das transformações históricas nos modos de sofrer”, ganhou reformulações muito significativas diante da pandemia decorrente do vírus Covid-19, decretada em março de 2020, quando a pesquisa estava em seus primórdios. Esse novo cenário, completamente imprevisto, exigiu a criação de espaços institucionais de trocas, investigações e análises coletivas para conceituar sua definição e mapear os efeitos desse processo, tanto na vida social em geral como na configuração das subjetividades contemporâneas em particular.

Foi nesse contexto que criamos o Grupo de Pesquisa “Genealogias” (CNPq) reunindo pesquisadores de diferentes Programas de Pós-graduação brasileiros e, a partir dele, a REDE GENEALOGIAS, um espaço mais amplo de articulações entre grupos de pesquisas nacionais e estrangeiros. Juntos, o Grupo e a Rede visam vincular as pesquisas realizadas no Brasil com um circuito internacional, sobretudo latino-americano, de intercâmbio sistemático de investigações genealógicas acerca do mal-estar na atualidade. A intenção foi instituir um diálogo inédito até então, convocando diversas perspectivas regionais, nacionais e internacionais, aglutinadas pelo “método genealógico”, compreendendo docentes e estudantes de todos os níveis de ensino, acerca das formas atuais do mal-estar.

A partir desse momento fundador, várias ações foram planejadas, algumas já realizadas, outras em andamento e algumas ainda em elaboração. Em suma, a REDE GENEALOGIAS objetiva fomentar espaços coletivos de formação acadêmica, incluindo a realização de encontros e a produção bibliográfica com publicação de artigos e livros. Uma de suas principais metas é potencializar a divulgação das pesquisas através do site do projeto, bem como de eventos, atividades acadêmicas e textos científicos realizados pelos membros da REDE, visando a enriquecer os debates acerca das genealogias do contemporâneo e, em particular, dos novos modos de sofrer.